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Fragata portuguesa partiu em missão de três meses no Atlântico Norte

© Marinha Portuguesa

A fragata D. Francisco de Almeida largou esta segunda-feira da Base Naval do Alfeite para integrar, durante três meses e meio, uma missão da NATO no Atlântico Norte que visa reforçar a vigilância e capacidade de dissuasão.

Numa cerimónia no convés do navio, o Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA), general José Nunes da Fonseca, salientou que a participação de navios portugueses em missões da NATO “evidencia Portugal como um parceiro fiável e essencial para a postura aliada de defesa e dissuasão”.

“O objetivo da operação é contribuir para o incremento da presença de meios navais da Aliança no Atlântico Norte e, consequentemente, aprofundar o conhecimento situacional marítimo nessa área. Significa que, durante a missão, o navio operará em conjunto com outras unidades navais de países aliados e também participará em exercícios internacionais”, explicou.

No total, a guarnição de 167 militares vai integrar durante cerca de três meses e meio o ‘Standing NATO Maritime Group 1’, no âmbito da operação ‘Brilliant Shield’, que “visa dar resposta ao contexto securitário envolvente, bem como promover a vigilância, reforçar a dissuasão e a capacidade de defesa da Aliança Atlântica”, segundo um comunicado da Marinha.

Aos jornalistas, o CEMGFA salientou que a guerra na Ucrânia também influencia a necessidade de maior vigilância no Atlântico Norte, uma vez que “uma das ameaças que está perfeitamente identificada pela NATO é a Federação Russa”.

“Portanto, todas as ações que a Federação Russa possa empreender com os respetivos meios militares, a NATO também tem que se precaver nessas situações”, disse.

Com o empenhamento do navio D. Francisco de Almeida nesta missão, a NATO vai assim contar com uma guarnição que passou por uma preparação intensa nos últimos meses – que incluiu um treino de seis semanas em Plymouth, na Inglaterra – mas também com a “fragata da Armada mais recentemente modernizada”, explicou o CEMGFA.

O NRP D. Francisco de Almeida “tem as capacidades mais avançadas em termos de comando, controlo de comunicações e, portanto, com essas capacidades é possível antecipar a maior distância, e com melhor probabilidade, tudo o que possa redundar em alguma ameaça para o navio”, salientou.

Por sua vez, o Chefe do Estado-Maior da Armada, almirante Henrique Gouveia e Melo, salientou que Portugal “não vive isolado no mundo”, salientando que integra a NATO e a União Europeia, que “podem estar a ser ameaçadas por movimentos e tentativas de ocupação territorial de um país ilegalmente sobre outro dentro da própria Europa”.

“As Forças Armadas, e neste caso a Marinha, dão o seu contributo para garantirem a dissuasão suficiente e mostrarem a prontidão também suficiente para que essas entidades, que julgam que podem fazer isso contra as leis internacionais, pensem duas vezes sobre o assunto”, disse.

Aos jornalistas, o comandante do NRP D. Francisco de Almeida, o capitão-de-fragata Santos Garcia, salientou que a guarnição está “bem preparada”, pelo que não espera “encontrar grandes dificuldades” durante a missão, mas salientou que uma das componentes que vai requerer maior atenção vai ser “a parte aérea”.

“Face à conjuntura mundial, a parte aérea é muito importante, estamos sempre muito atentos ao que se passa à nossa volta no ar. (…) É uma questão de rapidez, uma vez que os meios aéreos de rapidez, porque os meios aéreos se aproximam de forma rápida e nós temos de estar sempre muito prontos para atuar”, disse.

Depois de se terem despedido das famílias, que ficaram no cais a observar a cerimónia de largada no convés do D. Francisco de Almeida, o comandante do navio disse aos jornalistas que não vai ser difícil manter os militares da guarnição cativados durante os três meses e meio da missão.

“Esta missão é aquela missão que todos querem fazer, porque é o apogeu de uma carreira e, para a maior parte deles, é a razão para a qual vieram para a Marinha”, referiu Santos Garcia.

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