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Fotografia “made in” Portugal vence prémio de vida selvagem no Reino Unido

© Theo-Bosboom

A seleção de uma imagem de mexilhões numa praia portuguesa para um dos principais prémios de fotografia da vida selvagem homenageia a beleza na fauna local que nem sempre é valorizada, afirmou o autor, Theo Bosboom. 

A fotografia de aglomerados de mexilhões com rochas em plano de fundo na Praia da Ursa, concelho de Sintra, recebeu uma recomendação especial do júri do Prémio de Fotógrafo de Vida Selvagem do Ano promovido pelo Museu de História Natural em Londres. 

Intitulada “Strength in Numbers” [Força Numérica], a imagem pretende mostrar como os mexilhões se unem para evitar serem arrastados pelo mar. 

“Muitas vezes escolho espécies que não são consideradas ‘sexy’ e que não são fotografadas com frequência porque vejo beleza nelas e acho que é importante que sejam destacadas também, porque as pessoas tomam-nas como garantidas ou simplesmente comem-nas, no caso dos mexilhões, mas elas desempenham um papel importante no ecossistema”, afirmou hoje Bosboom à Agência Lusa. 

O fotógrafo holandês defendeu que os mexilhões, além da contribuição para a melhoria da qualidade da água, são mais bonitos do que parece. 

“À primeira vista parecem cinzentos, mas se olharmos com atenção vemos todos os tipos de cores a emergir”, descreveu. 

Curiosamente, esta é a segunda vez que este fotógrafo é reconhecido por causa de uma fotografia na mesma praia. 

Em 2017, foi finalista da mesma competição, à qual chama os “óscares da fotografia da vida selvagem”, com uma imagem de lapas nas rochas, parte de um trabalho feito nas costas de Portugal e de outros países que resultou num livro intitulado “Moldado pelo Mar”.

“Gosto de partilhar a minha visão do mundo e a beleza que vejo, que por vezes é diferente da que outras pessoas veem. Espero que sensibilize e motive as pessoas a olharem de novo para o que têm perto de casa”, vincou Bosboom.

O Prémio de Fotógrafo de Vida Selvagem do Ano foi atribuído a Shane Gross graças a uma imagem de girinos a nadar num lago no Canadá devido à “mistura de luz, energia e atividade entre o ambiente e os girinos”, disse a presidente do júri, Kathy Moran.

Esta é a 60.ª edição do Wildlife Photographer of the Year, que este ano recebeu um recorde de 59.228 candidaturas de 117 países e territórios. 

Uma exposição com as imagens selecionadas vai estar no Museu de História Natural em Londres a partir de sexta-feira até 29 de junho. 

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