
Marcelo Rebelo de Sousa lembra-me “artistas” que depois do sucesso ganham tanta confiança na sua persona que deixam de criar, pensam que um rabisco+assinatura num guardanapo chegam para fazer arte.
Para além do conteúdo daquilo que disse sobre a Palestina ser no mínimo problemático, para não dizer grave, choca também a forma, fruto de uma crescente desenvoltura completamente desadequada em relação ao cargo de representação que ocupa e para o qual foi eleito. Marcelo Rebelo de Sousa quando está no espaço público e sobretudo quando está em interação com representantes internacionais não pode esquecer a sua função. Pergunto-me se falaria assim com outros representantes?
Quanto ao conteúdo, acabei de ouvir uma médica em Gaza descrever como crianças chegam com queimaduras em 60% ou mais do corpo e como em tempo normal é necessário dar-lhes logo sedativos, mudar regularmente os pensos de forma estéril e como é processo demasiado doloroso sedam completamente a criança, todo este procedimento deixou de ser possível, e isto é, tortura, desumano, barbárie. O que tem MRS a responder a isto? “Olha, azar, foi aí um grupo vosso que começou?”
Não sei se esta expressão também existe em português, mas nisto tudo “faltam adultos na sala”.
Luísa Semedo