Falou-se luxemburguês no Parlamento Europeu, mas só durante uns segundos
Fernand Kartheiser, novo eurodeputado do ADR, o partido mais à direita do espectro político luxemburguês, iniciou esta segunda-feira um discurso em luxemburguês no Parlamento Europeu.
O seu microfone foi imediatamente cortado porque lhe foi pedido que falasse numa língua oficial da União Europeia. Fernand Kartheiser respondeu então, em inglês, pedindo ao Parlamento Europeu que reconhecesse o luxemburguês, a língua falada por “três dos fundadores” da UE: Robert Schuman, Konrad Adenauer e Joseph Bech, defendeu.
“Penso que o luxemburguês deve ter um estatuto neste Parlamento, como outras línguas, para que não seja mais discriminado”, declarou o eurodeputado luxemburguês.
A UE tem 24 línguas oficiais: alemão, búlgaro, checo, croata, dinamarquês, eslovaco, esloveno, espanhol, estónio, finlandês, francês, grego, húngaro, inglês, irlandês, italiano, letão, lituano, maltês, neerlandês, polaco, português, romeno e sueco.
O multilinguismo está consagrado na Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia: os cidadãos da União Europeia têm direito a usar qualquer uma das 24 línguas oficiais para comunicarem com as instituições da UE e estas deverão responder na mesma língua.
Os atos jurídicos e as respetivas sínteses estão disponíveis em todas as línguas oficiais da UE.
Nas reuniões do Conselho Europeu e do Conselho da União Europeia existe interpretação para todas as línguas oficiais. Os deputados do Parlamento Europeu podem exprimir-se em qualquer língua oficial nas suas intervenções no Parlamento.