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Eutanásia: vida e a morte sempre discutidas em contra relógio

A esquerda no anterior Governo da gerigonça decidiu discutir a vida e a morte, num ato final de um Governo moribundo que achava que tinha legitimidade de discutir um tema fraturante da sociedade portuguesa. Este espírito meio obcecado da esquerda com a Eutanásia vem sempre nas piores alturas…ou vem em pico de pandemia quando milhares de portugueses estavam a lutar entre a vida e a morte.. vem ao cair do pano de uma crise política com uma legitimidade dos órgãos de soberania francamente questionável…ou então vem com uma lei ainda mais débil do que a foi elaborada anteriormente em que a abrangência dos suicídios assistidos poderão ser em maior escala, uma vez que a expressão “doença fatal” foi retirada do texto anterior chumbado.

A posição dúbia do PSD durante a presidência de Rui Rio foi prejudicial para conseguir travar esta lei. Um erro entre muitos de Rui Rio que em nada ajudou o combate pela defesa da Vida.

Além desta posição aos zigue-zagues do PSD, surpreende-me muito neste processo ,o facto de existir na Direita política protagonistas que se posicionam ao lado do PS nas suas intenções de aprovação da lei; : em primeiro lugar o Presidente da República que manifestou no ano passado a Ferro Rodrigues disponibilidade para resolver este assunto muito rapidamente, após a mudança da terminologia da proposta chumbada pelo Tribunal Constitucional anteriormente.

Em segundo lugar a posição do partido “Iniciativa Liberal” ao votar contra o referendo à eutanásia e devido ao facto de não pretender o adiamento de aprovação deste assunto…

Em terceiro lugar surpreende-me o silêncio de alguns deputados da Direita que sendo juristas, não contestam a má elaboração da lei por parte do trio de deputadas socialistas que estão sempre na vanguarda da luta contra vida.

O debate na sociedade portuguesa ainda não foi feito, nem a maioria dos partidos querem que seja feita…Seria bom pormos os olhos em países como o Canadá em que se abriu esta “Caixa de Pandora” e em que os valores económicos e sociais se estão a impor ao valor da defesa da Vida Humana.

No entanto praz-me dizer, a nível pessoal, que quem tem a experiência de gerir um serviço de cuidados paliativos segundo “valores cristãos” saberá sempre que uma cama vaga, não se sobreporá a uma Vida Humana mesmo que esta esteja debilitada, saberá sempre que os médicos não são profissionais da morte mas que são profissionais que defendem a Vida e que o Ser Humano tem uma dimensão espiritual que não poderá ser calada pela sua condição idosa e pouco útil à sociedade perante os valores que hoje são incutidos na comunidade materialista e utilitarista em que vivemos.  Uma sociedade que já abandona os seus mais velhos nas urgências dos hospitais e nos lares de idosos sem os nunca visitar… 

Que defesa terão estes “nossos velhos” perante uma sociedade indiferente a eles próprios e que lhe plantará uma visão depressiva da sua vida perante a morte?

Paulo Freitas do Amaral

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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