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Eu pó

Eu pó. Só. Sozinho. Fininho. Poeira ridícula. Inteiro pó. Pequenino pó frente ao vento. Pó adentro. Pó inteiro. Você partícula. Voejante. Partícula inteira. Imensa. Intensa. Você toda, completa, repleta, me ajunta, me desfaz pó. Não me deixa só, só pó, só poeira. Me despoeira. Me empodera. Me completa. Me deixa a alma repleta. Me faz partícula inteira. Imensa. Intensa.

Você me inventa.

Me repovoa. Voa em mim e me dá asas pra eu voar. Me venta e reinventa noutro vento. Brisa pura. Puro ar. Venta em mim. Me areja. Dardeja. Venta e me beija. E nada sobeja em mim. Eu a beijo. E já não me sobejo. Não mais pó. Não mais só. Você plena, plana em mim, me faz calmo. Ventania amena. Serena. Pra depois, quando quer, vulcão, tufão. E aí quero você furacão. Tudo o que me ergue e levanta do chão. Do comodismo. Do mutismo. Da apatia. Do fácil e do fútil. Do sinistro pra sorte. Do nada pra desmorte. Pra VIDA! Do inútil pro que vale. Vale a pena. Você vale toda a pena. Calma ou rápida, serena em mim. Me serena. Me torna a alma plena. Eu seco e você me torna úmido. Túmido. E com você me orvalho. Você me umedece, intumesce. Você vale tudo tudo. Sobra em mim. Era o que me fazia falta. O que faltava em mim.

Com você nada me falta. Você é certeira, inteira, precisa. Tem tudo o que eu preciso. Você é tudo o que preciso. E eu preciso de você.

 

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