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Ervas daninhas

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1
ervas daninhas

1
comendo

2
a seiva derramada
pelo chão

3
o céu dança
mas não responde
a ninguém

5
nuvem memória da água
engorda de gotas geladas
que acabarão por morrer na minha pele
não, solto os poros
o suão transmuta-me o sangue

8
as células são anãs brancas
cadáveres de estrelas velhas
rebentando como novas
no sidéreo do meu corpo
universo do meu verso
único em mim
como um deserto
de água

13
esses pontos de luz que me atravessam
sem ninguém dar por ela
nunca ninguém viaja para lado nenhum
apesar dos meus lábios despertos
e o vento morno na nuca, virás
para além das margens desse oceano
e eu reconhecerei o teu sorriso
e os teus dedos que me acalentam
adorno incontornável
a que tento escapar
fugir ao pântano e às areias
às sombras e à pressa
almejo

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cobres o meu corpo com o teu
sossegas a minha intranquilidade
terias feito bem
aos meus sonhos de antes
quero acreditar nos dados
na esfera azul e nos números
sai o zero e o um
volto a jogar, outra vez o um
o dois gira até esbarrar
contra a tabela do três
rien ne va plus
sai o cinco vermelho
a bola preta número oito
o treze no tapete verde
e Black Jack 21
ganhei?
tens a certeza ?
pensas que jogo
todos os dias?
apenas na tua roleta russa,
meu amor!

JLC24042019

 

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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