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De maneiras que… é assim a vida

Decorria o ano de 1943, o dia era o de 6 de setembro, segunda-feira.

Quando as 541 pessoas subiram a bordo do Pennsylvania Railroad’s premier train, não faziam a menor ideia de que, entre eles, 79 haveriam de morrer, e 117 ficariam feridos, uns mais gravemente do que outros, no descarrilamento ocorrido precisamente à passagem de Frankford Junction.

Mas…não é isto a vida? Um permanente encontro que se pretende adiar, com a morte, que está sempre, onde se não espera por ela.

Também em 6 de setembro de 1943, nascia em Derby, Inglaterra, Richard John Robert, que haveria de estudar na universidade de Sheffield, e em 1993 haveria de ganhar o prémio Nobel em Physiology or Medicine, em conjunto com Phillipp Allen Sharp, pela descoberta de íntrons no DNA eucariótico e o mecanismo de processamento de genes, palavrões em nada ofensivos, embora de pouca acessibilidade ao entendimento do mais comum dos mortais, e que apesar de tudo, muito beneficio trouxeram à comunidade cientifica na área da medicina, e por consequência, o maior benefício de todos que é aquele que nós, os comuns mortais tiramos destas descobertas em prol da melhoria da nossa qualidade de vida, em muitos aspetos.

Também é isto a vida. Nem sempre os que dão um contributo em benefício da humanidade são os mais aclamados ou os mais conhecidos, passam quase despercebidos, ignorados, e mal de nós se disséssemos esquecidos, este alguém que nunca chegou a ser conhecido do grande publico, antes mesmo de o podermos vir a esquecer. Isto se tivermos em conta um jogador de futebol que atinge mais depressa o estrelato, é mais acarinhado, idolatrado, conhecido do grande publico, muito embora se não possa descurar o facto de que, também o jogador de futebol tem o seu papel na contribuição de um mundo melhor, ao proporcionar momentos de felicidade àqueles que o apoiam e o admiram, tarefa que num mundo de tantas atrocidades, não se pode considerar menos importante, muito embora não comparável. Cada macaco no seu galho.

Neste mesmo dia, 6 de setembro de 1943, ano de que temos vindo a falar neste texto, nascia em Great Bookam, Surrey, Inglaterra, George Roger Waters, que viria a ser o cofundador de uma das mais icónicas bandas de rock progressivo do mundo, os Pink Floyd.

Roger Waters frequentou a Morley Memorial Junior School em Cambridge e mais tarde Cambridgeshire High School for Boys.

Aos 15 anos foi presidente da campanha juvenil de Cambridge pelo desarmamento nuclear.

Mais tarde frequentou a escola de arquitetura em Regent street Polytechnic em Londres, onde, juntamente com Syd Barret, amigo de infância, Nick Mason e Richard Wright, fundaria os Pink Floyd, nome que a banda adotou por ser um tributo de Barret a dois dos seus favoritos músicos de Blues, Pink Anderson e Floyd Council.  Mais tarde David Gilmour, um outro amigo de longa data de Roger Waters e Syd Barret, juntava-se à banda como guitarrista e vocalista no intuito de preencher a vaga que Barret ia deixando em desconto de problemas de saúde mental que afetavam o seu desempenho no grupo.

Roger Waters veio a ser o baixista da banda, vocalista e letrista.

Músico, compositor, intervencionista, ativista, mas acima de tudo um grande poeta, com alma de poeta, ou seja, polémico, controverso, insatisfeito, e sem papas na língua. Amado e odiado com a mesma intensidade.

Pode-se até discordar de algumas das suas posições, ou mesmo de algumas das suas opiniões, mas o que se não pode, se é que as verdades continuam a interessar para alguma coisa, é negar o seu papel na defesa dos direitos humanos de todo e qualquer cidadão, no direito à igualdade e acima de tudo liberdade do ser humano.

De maneiras que…é assim a vida.

É bem certo que ninguém sabe para o que nasce, mas não menos certo será que, alguns têm o raro privilégio de a um qualquer ponto da sua vida, descobrirem a razão de terem nascido.

Já dizia Mark Twain que os dois mais importantes dias da nossa vida, são o dia em que nascemos, e o dia em que descobrimos, o porquê de ter nascido.

António Magalhães      

 

 

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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