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Damas de Beneficência recrutam jovens para ajudar luso-venezuelanos carenciados

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A Sociedade de Beneficência de Damas Portuguesas lançou um apelo às jovens lusodescendentes para se integrarem naquela instituição que atende portugueses carenciados radicados na Venezuela, um país onde cada vez mais compatriotas precisam de ajuda.

“Precisamos de pessoas novas para trabalhar na Beneficência. Chamo a atenção dos jovens porque precisamos de caras novas e a juventude está um pouco distanciada. Peço-lhes, de coração, que se unam a nós, que trabalhem pela Beneficência, porque é muito bonito fazer o bem a quem precisa”, disse a sua presidente.

Fátima Pita falava à agência Lusa, no domingo, durante o Almoço de Primavera à Portuguesa, o primeiro evento de angariação de fundos, de 2023, que reuniu várias centenas de pessoas no Centro Português de Caracas.

“Há que experimentar. E eu digo-o por mim, porque quando eu comecei na Beneficência não tinha ideia do que era trabalhar, fazer beneficência. E sinto-me muito bem, muito satisfeita, por poder ajudar tanta gente que necessita. É o que sinto, há que estar para saber como se sente bem”, frisou.

Fátima Pita precisou que é presidente das Damas de Beneficência há sete nos e que ela própria espera ser substituída em breve, “porque já são alguns anos e as pessoas cansam-se de ver a mesma cara”.

Por outro lado, explicou que ajudam mensalmente 90 famílias portuguesas carenciadas, aproximadamente 300 pessoas, com um cabaz de dez produtos básicos e também uma sopa para o grupo familiar.

As ajudas, disse, incluem ainda roupa, análises clínicas e “medicamentos, sempre que as pessoas apresentem a receita ou o relatório médico”. As senhoras têm uma consulta de ginecologia e, em breve, os homens vão também poder ir ao médico com ajuda da organização.

“São cada vez mais as pessoas que nos bem à porta. São pessoas idosas que emigraram há muitos anos para este país, com muita ilusão”, referiu, acrescentando que todos foram para a Venezuela “com a ilusão de progredir na vida, mas tristemente, muitas destas pessoas não tiveram esse privilégio de progredir, de sobressair”.

Fátima Pita alertou ainda que os portugueses carenciados que batem à porta da Beneficência fazem-no “com muita tristeza, com muita vergonha de pedir, e são muitos”.

“Tratamos de dar-lhes a ajuda que nos pedem. Só Deus é que sabe. Muitos chegam com muita, muita, vergonha de pedir. Mas damos-lhes também uma palavra de alento, os tratamos com muito carinho para que não sintam essa tristeza por estar a pedir”, frisou a presidente da Sociedade de Beneficência de Damas Portuguesas.

Fátima Pita explicou ainda que “para funcionar” a Beneficência precisa de “muita, muita ajuda” e que depende de ajudas anuais e mensais de redes de supermercados locais, de pessoas particulares e de outras empresas.

“Mas precisamos de muito mais. Por isso organizamos eventos para arrecadar fundos como este, o Almoço de Primavera à Portuguesa”, disse.

Fátima Pita explicou que “as ajudas nunca são demais” e que tem contado com a ajuda do Governo português para poder atender os compatriotas.

A dirigente explicou que a Beneficência fez “um novo processo de acreditação que já foi enviado para Portugal e está à espera de nova ajuda”.

“Agradecemos ao Governo português porque sem a sua ajuda, durante a pandemia (da covid-19) não poderíamos ter feito o que fizemos, de continuar com as portas abertas e atender quem bateu à porta”, precisou.

Segundo Fátima Pita, “a Beneficência sempre está de portas abertas para todos”. “Esse é o nosso lema: ajudar, sem nunca fechar as portas, seja a quem for”.

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