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Covid no Reino Unido: Governo recusa adotar mais restrições

O Governo britânico rejeitou esta semana os apelos para repor restrições de combate à covid-19 como o uso de máscara em espaços interiores, perante o aumento de novos casos da doença, preferindo concentrar-se na vacinação e em novos tratamentos.

O número de novos casos aproximou-se esta quarta-feira dos 50.000, pela segunda vez esta semana, e o ministro da Saúde, Sajid Javid, disse que poderá alcançar os 100.000.

O total de vítimas mortais da pandemia no Reino Unido ultrapassou as 139.000 pessoas, o segundo mais elevado na Europa, a seguir à Rússia.

A associação de profissionais de saúde pública NHS Confederation exigiu “medidas imediatas”, quando a taxa de transmissão figura entre as piores do mundo, fazendo temer um congestionamento dos hospitais.

Sob pressão, o ministro da Saúde advertiu, perante a imprensa, que as infeções poderiam “atingir as 100.000 por dia” e reconheceu que a pressão sobre os hospitais está a aumentar, com quase 1.000 internamentos diários de doentes com covid-19.

No entanto, declarou: “Não tencionamos pôr em marcha o nosso plano B”, que prevê um possível regresso da obrigatoriedade de uso da máscara em espaços interiores, a recomendação do teletrabalho e mesmo os passes sanitários.

Javid reiterou que a vacinação continua a ser “a primeira linha de defesa” contra a doença, assegurando que o Governo britânico “está a preparar-se para todas as eventualidades” e “não hesitará em agir” caso a tendência se torne “insustentável” para os hospitais.

O executivo do primeiro-ministro conservador Boris Johnson levantou em julho em Inglaterra a maioria das restrições que haviam sido impostas para combater a pandemia, após um longo confinamento no inverno.

A Escócia, o País de Gales e a Irlanda do Norte, que têm competência em matéria de saúde, continuam a impor o uso de máscara em espaços interiores.

Esta política muito liberal é uma das hipóteses avançadas para explicar o atual agravamento da situação pandémica, que está a atingir sobretudo os adolescentes e os jovens adultos.

São igualmente apontadas como causas a reduzida taxa de vacinação dos menores e uma lenta campanha de reforço para os idosos, que receberam as duas doses iniciais da vacina muito cedo e assistem agora a uma queda abrupta da sua imunidade.

Neste momento, o Governo tenciona acelerar essa campanha de reforço e convencer os jovens a vacinarem-se.

Hoje, foi também anunciado um acordo para a compra de milhares de doses de novos tratamentos antivirais dos laboratórios Merck e Pfizer destinados às pessoas mais frágeis, cuja aprovação é aguardada nas próximas semanas.

Mas, na comunidade médica, a preocupação aumenta.

“Já estamos numa situação em que as coisas vão provavelmente deteriorar-se em duas ou três semanas. É por isso que devemos agir imediatamente”, declarou hoje à estação televisiva Sky News Matthew Taylor, dirigente da NHS Confederation, que reúne muitas organizações de saúde pública.

Sem medidas, insistiu Taylor, a pressão sobre o sistema de saúde vai aumentar com a aproximação do inverno, período geralmente de movimento intenso para os hospitais.

O número de casos aproxima-se já do nível da violenta vaga que atingiu o Reino Unido no inverno passado, dando origem a longos meses de confinamento imposto por um Boris Johnson inicialmente muito relutante.

Neste momento, o número de doentes hospitalizados é bastante inferior ao nível de janeiro (menos de 8.000, em contraste com quase 40.000), bem como o número de mortos (perto de 140 por dia, em vez de mais de 1.000), mas a tendência é de agravamento.

As autoridades sanitárias estão também a monitorizar uma nova sub-variante (AY4.2) da muito contagiosa variante Delta da doença, que está a propagar-se no Reino Unido.

“Não há razão para crer, neste momento, que ela represente um maior risco”, assegurou o ministro da Saúde.

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