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Chegada ao Reino Unido de portugueses nascidos em Goa abrandou

O fluxo migratório dos goeses com nacionalidade portuguesa para o Reino Unido abrandou nos últimos anos, mostrando alguma cautela depois do referendo que ditou o ‘Brexit’, mas continua, garante o presidente da Associação Goesa britânica, Ravi Vaz.

“Desde 2015, sim, abrandou, mas não parou. Talvez estejam a vir para garantir que estão cá antes de as coisas mudarem e a porta fechar”, afirmou à agência Lusa.

Segundo o Instituto Nacional de Estatísticas britânico, o número de portugueses nascidos na Índia a viver no Reino Unido quadruplicou em cinco anos, passando de sete mil em 2012 para 28 mil em 2017, mas a Associação Goesa britânica estima que seja superior.

A lei portuguesa determina que os naturais das antigas colónias de Goa, Damão e Diu nascidos até 1961 podem obter a nacionalidade portuguesa, bem como os seus filhos, o que muitos têm feito para aproveitar a livre circulação no espaço europeu e as condições favoráveis de entrada em outros países.

“Há dois tipos de pessoas, aquelas que já se tinham candidatado ao passaporte português antes de 2015 e que esperam pelo resultado, e outros que ainda não pediram por causa do investimento necessário no processo legal. Os que conseguiram não têm alternativa senão vir para aqui, para Portugal ou outros países europeus por causa das perspetivas de trabalho”, afirmou Vaz à agência Lusa.

O dirigente sustenta as suas estimativas na participação no Festival dos Goeses no Reino Unido, que este ano se realiza em 05 de agosto e que atrai anualmente perto de 20 mil pessoas, e no movimento que têm os voos da Air India entre Londres e Goa.

Embora ele próprio tenha nacionalidade britânica, Ravi Vaz afirma estar interessado numa maior aproximação das autoridades portuguesas para poder ajudar muitos dos membros da associação a que preside há sete anos.

Na quinta-feira pretende assistir a uma sessão de esclarecimento promovida pelo Consulado-Geral Portugal em Londres em Southall, uma localidade a 25 quilómetros oeste de Londres, que será conduzida em inglês e com interpretação simultânea para concani, uma das línguas faladas na província indiana de Goa.

“As pessoas estão preocupadas com o futuro e como é que o ‘Brexit’ os vai afetar. São nacionais portugueses e o ‘Brexit’ levanta muitas dúvidas relativamente aos serviços de saúde, segurança social, ao acesso ao mercado de trabalho”, indicou.

Apesar de garantir que a grande maioria dos goeses percebem inglês, pretende oferecer aconselhamento em concani e guzerate no evento de agosto.

“O governo britânico diz que pessoas aqui há cinco anos terão os mesmo direitos que os britânicos, mas continuam a existir muitas dúvidas”, referiu, adiantando que a sessão de esclarecimento “será interessante saber o que é que esta associação precisa de fazer para ajudar as pessoas”.

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