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A mural pública

Um rapaz termina o 11.º ano e não quer estudar mais.

O pai – Silva, que tem uns amigos na política – telefona a um deles chamado Almeida para arranjar o primeiro emprego ao rapaz.

Três dias depois o amigo Almeida liga-lhe:
– Silva! Já consegui. Assessor de Ministro. Cinco mil euros para começar!

– Nem pensar, Almeida! O rapaz nem acabou o secundário! Assim nunca mais vai querer estudar! Tenta algo mais abaixo.

Dois dias volvidos torna o Almeida:
– Silva! Secretário da Assembleia! Salário modesto. Três mil euros. Está bem assim?!

– Nãooooo, Almeida!!! Algo com um salário menor! Eu quero que o rapaz tenha vontade de voltar a estudar… Vê lá se consegues outra coisa.

– Silva! Não sei se ele vai aceitar… mas consigo-lhe lugar de assessor da Câmara que é só 2.500 euros.

– Não, não, Almeida! Ainda é muito. Mesmo assim ele não quereria estudar mais…

– Olha, Silva! Nesse caso a única coisa que garantimos para os filhos dos nossos amigalhaços é alguma vaga tipo assessor de informática ou relações públicas numa empresa pública… Mas aí o salário é muito baixo. Talvez uns dois mil euros por mês e nada mais.

– Almeida! Isso não, por favor! Alguma coisa entre 800 a 1200 euros líquidos… no máximo!

– Isso é demasiado mau, Silva! Coitado do puto…

– Mas… porquê, Almeida?!

– Com esses salários só tenho vagas para professores, enfermeiros, médicos… E aí tem que ter curso superior. Mestrado, doutoramento… Torna-se difícil. Tem que se estudar muito e ainda ir a concurso público!

Mário Adão Magalhães

 

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