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A importância do voto da diáspora – uma comunidade presente!

As eleições para o Parlamento Europeu, a 26 de maio de 2019, marcam um momento importante nas regras e nos procedimentos de votação da comunidade Portuguesa. Com a mudança no processo de recenseamento eleitoral, os milhares de emigrantes Portugueses têm mais uma oportunidade de afirmar a sua ligação ao País. Ao todo, serão mais de 1 milhão e 400 mil Portugueses que têm uma palavra a dizer na escolha dos seus representantes no Parlamento Europeu.

Se a ligação cultural, histórica e sentimental dos emigrantes a Portugal é uma constante, presente na ação quotidiana nos países de acolhimento, muito ainda há a fazer para aproximar estes Portugueses do processo de decisão política em Portugal e em Bruxelas. O primeiro passo é combater a crónica abstenção na diáspora Portuguesa, que atinge mais de 90% dos inscritos em diversos países. Os emigrantes são parte integrante da Alma Portuguesa e os verdadeiros embaixadores do País, pelo que o seu papel é determinante para a criação de um movimento consistente de defesa de uma nova atitude de Portugal em Bruxelas.

No continente Americano são quase 400 mil os que podem exercer o seu direito de voto, dos quais 220 mil no Brasil. No continente Africano são cerca de 67 mil Portugueses e na Ásia e Oceânia são mais de 120 mil concidadãos. Na Europa mais de 400 mil Portugueses poderão votar em França, 147 mil na Suíça, 117 mil no Reino Unido e mais de 78 mil na Alemanha.

Com base nos resultados das eleições europeias de 2014, só estes números permitiriam eleger entre 6 a 8 Eurodeputados! É esta a força e a importância da comunidade emigrante Portuguesa. Perante os desafios que a Europa enfrenta, perante a incerteza resultante do processo do Brexit, tendo presente a disparidade e as assimetrias económicas e sociais no seio da União Europeia, importa afirmar uma Voz alternativa e que represente definitivamente os interesses dos Portugueses em Bruxelas. Afirmar a diferença implica apostar e confiar em alternativas responsáveis e que estão mais do que preparadas para debater e decidir no quadro das negociações no Parlamento Europeu.

O desafio é claro: no dia 26 de maio a força da diáspora Portuguesa pode alterar de forma significativa os resultados eleitorais. Será este o sinal que é preciso existir para a classe política dos últimos 40 anos compreender que não é possível construir a identidade nacional sem o contributo dos emigrantes?

Os 21 eleitos terão a responsabilidade e a obrigatoriedade de incluir nas suas prioridades diversas temáticas que afetam os Portugueses espalhados pelo mundo, nomeadamente: a integração nos países de acolhimento, o combate a situações de pobreza e discriminação, o rápido acesso a prestações sociais e às pensões a que os mesmos tenham direito, o reforço e a promoção do ensino da língua Portuguesa, a preservação da cultura Portuguesa e a resolução eficiente das questões burocráticas, com uma presença diplomática/consular de proximidade.

Neste jogo de opções políticas e eleitorais, o desafio é escolher gente nova, sem anos a fio no Parlamento Europeu, sem os vícios dos partidos do situacionismo político, com uma visão solidária, humanista e personalista. O desafio é quebrar este ambiente de asfixia democrática, permitindo que a máxima da liberdade, da pluralidade de ideias e da renovação dos atores políticos se concretize.

A participação eleitoral a 26 de maio é de crucial importância. Se 10% dos emigrantes recenseados exercerem o seu direito/dever de voto, poderão estar a eleger o seu representante, a sua voz no Parlamento Europeu. A democracia defende-se diariamente, sendo o voto a forma mais eficaz de participação política. Porque todos os Portugueses contam, dia 26 de maio seja parte ativa na construção de uma nova Europa.

Bruno Ferreira Costa

Vice-Presidente da Aliança

Candidato ao Parlamento Europeu

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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