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11 de setembro: sobrevivente portuguesa recorda tragédia

A portuguesa Elisabete Alves sobreviveu aos atentados de 11 de Setembro, em Nova Iorque, por entrar atrasada no edifício do World Trade Center, onde trabalhava, mas evita regressar ao local onde perdeu 75 colegas de trabalho.

“Eu trabalhava no ‘Windows on the World’, nos andares 106 e 107. O meu escritório era no 106.º andar. Eu entrava sempre às 08h30 e nesse dia não apanhei o metro que costumava e esperei pelo próximo. Quando cheguei ao World Trade Center eram 8h50 da manhã (…) e quando cheguei à entrada comecei a ouvir barulhos”, disse à Lusa Elisabete Alves.

“Pareciam tiroteios e um senhor apareceu a gritar para fugirmos e quando voltei outra vez à rua muita gente olhava para cima, em choque. Vi um dos prédios cheio de chamas e de fumo preto. As pessoas não falavam. Estavam em choque”, recorda a portuguesa que conseguiu abandonar o edifício no momento da tragédia, a 11 de setembro de 2001.

“Um senhor ao meu lado começou a gritar. Eu percebi que era um corpo a cair. Virei-me e comecei a andar”, relata.

Elisabete Alves, portuguesa natural de Angola, emigrou com os pais para os Estados Unidos quando tinha nove anos e ocupava um cargo administrativo no “Windows on the World” um dos restaurantes mais famosos da cidade de Nova Iorque, na Torre Norte do World Trade Center.

“A minha companhia tinha mais ou menos 500 empregados. Perdemos 75 pessoas nesse dia”, disse a portuguesa residente em Long Island, Estado de Nova Iorque, e que, 20 anos passados, ainda evita deslocar-se ao local dos atentados, onde trabalhava todos os dias.

“Eu fui lá uma vez, oito ou nove meses depois e, depois de me casar, levei lá o meu filho. No dia 11 de setembro (sábado) vou ficar em casa. Nesse dia não gosto de sair. Depois disto fiquei com muita ansiedade e com ataques de pânico e tive de buscar tratamento”, disse ainda Elisabete Alves.

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