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Tudo sobre as origens do leitão da Bairrada

É um dos pratos regionais mais conhecidos e apreciados da região da Bairrada, tendo sido nomeado uma das 7 Maravilhas da Gastronomia de Portugal.

Apesar de se saber que os romanos já apreciavam leitão, não são muitos os livros de gastronomia que o referem assado. Facto é que desde o século XVII que a criação de suínos se tornou excedentária em terras da Bairrada e esse facto constituiu um grande impulso que o levou à sua comercialização.

O documento mais antigo que se refere a esta iguaria é uma receita conventual de 1743, provavelmente do Mosteiro do Lorvão ou do Mosteiro da Vacariça, compilada num caderno de refeitório de 1900 por António de Macedo Mengo, na qual é descrita uma receita que quase coincide com a receita actual.

Devido a esta falta de documentação mais exacta, todos os concelhos da região da Bairrada reivindicam a sua origem, desde o concelho da Mealhada, a Sul até ao de Águeda, a Norte, não sendo consensual e gerando várias disputas.

A sua comercialização assado terá começado em Covões (Cantanhede), segundo um documento do início do século XX, de uma encomenda feita pela Sociedade das Águas de Luso, mas o seu grande arranque terá sido levado a cabo por Álvaro Pedro, nascido em Alpalhão, freguesia de Aguim (Anadia), começou por vender no seu negócio em 1941, as famosas sandes de leitão aos poucos automobilistas que então circulavam na EN1 e mais tarde, 1949, abre o primeiro restaurante que comercializa para o grande público leitão assado à Bairrada, situado na então aldeia de Sernadelo, a parcos quilómetros de Alpalhão e hoje integrada na malha urbana da Cidade de Mealhada. Depois deste arranque muitos restaurantes se seguiram preenchendo as laterais da EN1 de uma ponta à outra de Mealhada, mas a ideia também pegou nos concelhos vizinhos e também parte integrante da Bairrada como Anadia, Cantanhede, Oliveira do Bairro e Águeda.

Ao contrário do leitão de Negrais, assado aberto, o leitão da Bairrada é enfiado no espeto, fechado com a pasta de sal e pimenta no seu interior.

Existe uma teoria que atribui o início do negócio a um senhor chamado de Ti Marcelino que, vindo do Brasil, no princípio do séc. XX, se dedicou à confecção e venda (feita porta a porta e em feiras) do leitão assado. Terá tido como sucessor um seu aprendiz, António de Almeida, o Morcego, que viria a expandir o negócio no concelho de Águeda. No entanto, outros há que garantem que foi graças à actividade de Carlos Mega e, mais tarde, Álvaro Pedro, que divulgaram a comercialização do leitão no concelho da Mealhada.

Mas Pedro da Costa chama a atenção para um manuscrito conventual do séc. XVIII (1743) intitulado Caderno Refeitório, onde se faz a referência a uma receita de leitão assado que em quase nada difere da actual receita de leitão bairradino. Ou seja a verdadeira,verdadeira História acho que ninguem conheçe, mas toda a gente admira esta carne maravilhosa.

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