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Sabes bem

Sabes bem tudo:
que continuo a pensar em ti
que foste a única mulher
que me soube acordar
do sono de mim mesmo,
sabes que foste a mulher
singular, plural, inteira e completa
que me conhece melhor
que eu próprio,
fizeste-me ver que o amor
ainda queria saber de mim,
eu, que pensava que o meu tempo
tinha acabado, e salvaste-me
da minha patologia patibular
de falar de mim próprio
como de um beco sem saída,
contigo foi sempre assim,
tudo, bem sabes.
Fui feito para ti, e tu para mim foste?

Não posso nem quero
mas muitas vezes aindo penso em nós
e a minha boca tem intenções de ti
algumas vezes às três da manhã
quando o sono se recusa
aí, no areal extenso da noite vazia,
dispo-te, retirando-te os sapatos primeiro,
faço-te deslizar o vestido até aos pés
e deixo os meus dedos caminharem por ti
percorro trilhos já desenhados
e desbravo territórios por mapear
e sempre descubro novas nascentes
a jusante e a montante do teu coração
que me matam a sede
como fontes santas nos meus lábios.

JLC06-072018

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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