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Rota do Românico: Ponte de Fundo de Rua

Esta semana vamos até à Ponte de Fundo de Rua, construída sobre o rio Ovelha, em Aboadela, no concelho de Amarante. Era por esta Ponte que se entrava na beetria de Ovelha do Marão, uma das poucas beetrias que existiam em Portugal. Sabe o que era uma beetria? Era uma forma de governo local no qual os moradores escolhiam o senhor que os devia governar. Apesar de poderem eleger alguém do seu agrado, o certo é que os habitantes desta beetria tiveram sempre pouca sorte.

No século XIV, a beetria foi vendida contra a vontade dos moradores. Na sequência deste ato, estes convidaram o príncipe D. Afonso, filho bastardo do rei D. João I, e primeiro duque de Bragança, para ser o seu senhor.

A D. Afonso sucedeu D. Fernando I e, depois, D. Fernando II. Tudo parecia correr bem até D. Fernando II ter sido morto pelo rei D. João II. Apesar deste trágico acontecimento, os moradores foram buscar proteção ao filho de D. João II, D. Afonso. Novamente a má sorte assombrou esta terra. D. Afonso morre muito novo e o seu lugar passa para o seu meio-irmão, D. Jorge. Este morre em 1550 e a posse da beetria começa a ser disputada por D. Teodósio. A questão só ficaria resolvida com extinção das beetrias pelo rei D. João III e com respetiva incorporação de Ovelha do Marão no património do rei.

Mas voltemos à Ponte. À entrada, na margem esquerda, encontramos um cruzeiro com a data de 1630. Esta deverá ser a data de construção ou de reconstrução da Ponte. E por que razão dizemos isto? Porque esta data coincide com o reinado de D. Filipe III de Portugal, que governou o nosso país entre 1621 e 1640, que foi um dos monarcas que mais contribuiu para a construção de pontes e estradas.

Feita em pedra, a Ponte de Fundo de Rua é sustentada por quatro arcos de volta perfeita de diferentes dimensões. Os seus pilares são protegidos, num dos lados, por talha-mares, e, no outro, por contrafortes. Ainda se lembra do que são talha-mares? E o que são os contrafortes? Os talha-mares servem para quebrar a força da corrente da água do rio e para suportar o embate de destroços trazidos por correntes fortes. Os contrafortes ajudam a suportar a pressão do caudal do rio.

Próximo da Ponte, encontramos um pelourinho. Era aqui que se executavam as penas e os castigos definidos pelas autoridades judiciais! Mas este pelourinho relembra-nos também a autonomia que Ovelha do Marão foi tendo ao longo dos tempos…

Até breve!

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Ponte de Fundo de Rua (2)

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