Chorando ou sorrindo
a vida vai mesmo passar,
então vamos rir porque sorrir
é bem melhor do que chorar.
Conheci muita gente infeliz
que nunca tinha sorrido.
Elas viviam num país
onde o riso era proibido.
Enquanto eu ria de graça, eu ria à toa,
me olhavam com estranheza,
pois eu ria de alegria
mas ria também da tristeza.
Mostrei pra elas o meu país,
o meu mundo interior,
fora deste que nos rodeia,
todo feito do meu jeito,
sob encomenda pro meu peito,
meu mundo que também não é perfeito,
mas nele deixo a porta aberta
pra entrar a alegria
sempre que ela quiser
e, acreditem, ela sempre quer.
Só fecho a porta pra tristeza,
para a dor e a injustiça
e para tanta coisa feia,
sem amor e sem beleza,
que passa ao largo de mim,
do meu país interior,
o país da minha alma,
onde só entra coisa boa,
que não fere, que não magoa.
Por isso eu rio assim,
rio tanto, rio à toa,
rio até mesmo sem razão,
rio até pra quem ri de mim,
essa gente incrédula que diz
— Será que ele é mesmo feliz?
E este meu riso ressoa
transborda da minha alma,
extravasa do meu coração
para quem quiser pegar.
É um riso tão intenso e natural
que sai pra fora de mim
deste meu país interior,
onde fecho a porta pra tristeza,
mas ela fica aberta com certeza,
para quem quiser sorrir.
Pois se chorando ou sorrindo
a vida vai mesmo passar,
vamos rir porque sorrir
é bem melhor do que chorar.