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Pescador de Viana leva imagem da Senhora da Agonia na procissão ao mar

© Miguel Rodrigues

Alfredo Gonçalves, 59 anos, pescador “desde miúdo”, vai transportar este ano, pela primeira vez, a imagem de Nossa Senhora da Agonia na procissão ao mar e ao rio das festas de Viana do Castelo, a bordo do “Deus Quer”.

“É um orgulho muito grande, uma paixão e uma alegria. Vou engalanar o barco como nunca foi visto em Viana do Castelo. Não vou revelar nada do que estamos a preparar porque quero que seja uma surpresa”, disse hoje à Lusa, o pescador, “que, em pequeno, fugia da escola para ir à pesca”.

Natural de Esposende, Alfredo veio viver para a capital do Alto Minho com apenas três meses de vida.

“É como o lema da cidade: Quem gosta vem, quem ama fica”, brincou o pescador, que começou a faina no rio e que hoje tem cinco barcos.

A embarcação de pesca local “Deus Quer” tem nove metros de comprimento por 3,40 de largura e opera, habitualmente, com cinco pescadores.

“É tudo o que vem à rede, desde carapau, robalo, navalheira”, especificou.

Além de Nossa Senhora da Agonia, são ainda transportados na procissão ao mar e ao rio, um dos números mais emblemáticos das Romaria d’Agonia, as imagens de Senhora de Monserrate, de São Pedro e da Senhora dos Mares.

Trata-se de um dos números mais recentes das festas da cidade, já que se realiza, sempre a 20 de agosto, apenas desde 1968. Já o culto em Viana do Castelo à padroeira dos pescadores tem a sua primeira referência escrita em 1744.

Nas margens, milhares de pessoas concentram-se para ver e saudar a procissão ao mar e ao rio, envolvendo mais de uma centena de embarcações de pesca e de recreio.

No regresso a terra, os pescadores transportam os andores de novo à igreja de Nossa Senhora da Agonia, agora pelas ruas da ribeira onde na noite anterior foram confecionados os típicos tapetes de sal.

A confeção dos tapetes de sal em cinco ruas e uma alameda da ribeira de Viana realiza-se sempre na noite anterior ao dia da padroeira, feriado municipal, mobilizando centenas de pessoas, sobretudo moradores daquela zona da cidade.

A preparação começa meses antes da festa, mas a confeção dos tapetes que atrai milhares de forasteiros que se perdem pelas tasquinhas da ribeira, animadas durante toda noite com concertinas e cantares ao desafio.

 

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