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Pedrógão Grande: maioria dos familiares consente divulgação do capítulo 6

A “esmagadora maioria” dos familiares das vítimas do incêndio de Pedrógão Grande está a consentir a divulgação do capítulo 6 do relatório coordenado pelo investigador Xavier Viegas, afirmou a associação de vítimas.

“A esmagadora maioria está a consentir a divulgação” do capítulo 6 que aborda os detalhes e circunstâncias das mortes que ocorreram em 17 de junho, disse em entrevista à agência Lusa a presidente da Associação das Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande (AVIPG), Nádia Piazza.

Segundo Nádia Piazza, alguns familiares “pedem para retirar o nome e as fotografias, sobretudo fotografias de habitações”.

Na semana passada, foram levantados 37 extratos do capítulo 6, em Pedrógão Grande e em Lisboa, que dizem respeito a 37 vítimas mortais, e, na quarta-feira, foram levantados “cerca de 20”.

Como o Ministério da Administração Interna apenas entrega o extrato do capítulo, é a própria AVIPG que tem feito o agendamento e contacto com as pessoas, dando tempo aos familiares para que façam “a sua análise e, na sequência, é-lhes dado então uma declaração de consentimento de divulgação”, explanou.

A associação sempre defendeu a divulgação do capítulo 6 do relatório do investigador Xavier Viegas, mas Nádia Piazza nota que, como familiar, “gostava primeiro de saber antes de toda a comunicação social saber”.

“É certo que depois do processo judicial encerrado tudo isso vai ser público. Mas, até lá, nós gostávamos de saber primeiro. Temos o direito de saber o teor do capítulo 6. Uma vez sabendo, é natural que as pessoas estejam a dar as autorizações. Eu não consigo dizer aquilo que as pessoas querem ouvir, que é assim: ‘Gostávamos que tudo fosse divulgado imediatamente’. Não”, frisou Nádia Piazza.

É também por causa do capítulo 6 do relatório encomendado pelo Governo que os familiares ainda não começaram a apresentar os requerimentos para a indemnização por parte do Estado, notou.

As pessoas “querem saber o capítulo sexto e só começámos a ter conhecimento oficial do capítulo há uma semana. As pessoas têm o direito de saber a circunstância da morte dos seus familiares para poderem apresentar um requerimento fundado”, explicou.

Os requerimentos devem começar a ser apresentados na próxima semana, após uma sessão de esclarecimento que vai decorrer no sábado, em Figueiró dos Vinhos, no âmbito da assembleia-geral da associação.

“Os familiares das vítimas querem que sejamos nós também a explicar como é que as coisas vão funcionar”, referiu, sublinhando que uma equipa da Provedoria da Justiça também vai estar presente na sessão, juntamente com a equipa jurídica da AVIPG.

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