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Quando não tenho nada para dizer

Quando não tenho nada para dizer, e depois de ver fotos de crianças feridas, vitimas de de um bombardeamento na Síria, perdemos um pouco o sentido de humor, e então escrevo alto sobre temas que me são caros, e basicamente escrevo sobre assuntos em abstrato, sem qualquer interesse para a humanidade e às vezes sem coerência a não ser a da dúvida.

Por exemplo, eu não posso provar que Deus existe, não consigo, mas os ateus também não conseguem provar que não existe! E eu, que acredito que existe Deus, independentemente da forma e conteúdo, por uma questão de fé, da mesma forma que os ateus possuem fé que não existe! Eventualmente, onde eu vejo manifestações do divino, os ateus vejam acasos, sequências, química, física e probabilidades!

Eu acho que tudo nasce de alguma coisa e até Deus foi criado eventualmente por um Deus maior como diria Fernando Pessoa no poema “No Túmulo de Christian Rosenkreutz”. E é nesta vastidão de infinitos temporais e de espaços que me revejo na minha concepção de Deus.

Sei que já estou a dar seca, mas acho que vou continuar a divagar.

Não entendo nada de religiões, não acredito que depois de morrer vá para o céu ou para o inferno, ou que estejam setenta virgens à minha espera, desconfio de dogmas mas respeito-os, e se me perguntarem qual a minha religião, eu afirmo logo que sou Católico Apostólico Romano, e afirmo isto, porque não gosto de ser diferente, aprecio o culto da banalidade, de observar e também não estou muito virado para evangelizar quem quer que seja.

Algo em que nunca participei, não sei como participar, nem sei se quero participar, é numa sessão espírita. Ok, muitos a partir de agora acham que eu enlouqueci! A maioria das pessoas nunca ouviu falar de teosofia, não confundir com teologia, mas não restringe qualquer tipo de ferramenta para se obter respostas acerca do facto conseguirmos respostas simples sem resposta: quem somos, qual a nossa missão e se existe vida depois da morte.

Eu por acaso acho que existe vida depois da morte mas não consigo provar, é apenas uma questão de “fezada”, e única e simplesmente porque acho que é um desperdício uma vida acabar com o definhar do corpo! Até um ateu pode acreditar nisso, que há uma espécie de geringonça meia maluca que quando morremos, nos volta a colocar o “conta quilometros” a zero e lá vamos nós para nova volta, nova viagem! Seria giro, não é?

Eu não entendo nada de espiritismo mas estou naquela dúvida! Tanto mais que eu acho que ao espiritismo haja uma filosofia subjacente, e não tanto o facto de se falar com mortos.

Até eu, ser banal, comum e normal me interrogo porque carga de água Deus não poupou ao sofrimento aquelas crianças que morreram ou estão gravemente feridas devido a um bombardeamento aéreo sobre populações civis. São estas circunstâncias com que às vezes perdemos a fé na existência de Deus, ou pelo menos que Deus não seja uma pessoa de bem. Deus enquanto pessoa é algo que inventei agora e que peço desculpa…

Apesar de tudo, não serão os homens e as mulheres que definirão o que é Deus, o que ele quer, como nos devemos comportar, algo que a mim se configura como muito atrevimento a simples mortais com perspectivas de ressurreição.

Acho que me vou ficar por aqui, não é que o tema não tenha pano para mangas, mas vou ver o programa do Bruno Nogueira e do Miguel Esteves Cardoso que deve estar para começar, que é muito mais interessante do que aquilo que estou aqui a escrever.

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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