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Na bola com mulheres bonitas

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“Falamos de forma individual com todas as operadoras para que deixem de focar nas raparigas que podem ser consideradas atraentes. É trazer uma carga sexista desnecessária ao futebol”. O pedido mais idiota do fenómeno desportivo universal foi feito assim, pelo dirigente da FIFA Federico Addiechi. Se há certeza dos nossos tempos é que a imaginação delirante do “politicamente correto” consegue ser estupidamente infinita, mesmo na crença estranha de um mundo virtualmente assético e assexuado.

E se o jogo for de futebol feminino? E se se der o caso de as jogadoras, a começar, serem realmente bonitas? Não sendo olhar pecado – por este caminho, já não é certeza -, será que o italiano responsável pelo programa de diversidade da FIFA reparou alguma vez na sueca Josefine Oqvist, na brasileira Laisa Andrioli, na australiana Ellyse Perry, na americana Hope Solo ou na francesa Corine Franco, só para ter em conta alguns, poucos, exemplos ? Fazer o quê? Filmar poucochinho em campo, para que não se notem? E depois o quê? Não focar entre os adeptos os feios, os negros, os brancos, os amarelos, os coxos? É que onde acaba o sexismo também pode haver quem ache que começa a discriminação.

Dito isto, lá em Zurique, na sede da FIFA, não terão mesmo nada melhor com que se entreter? É que assim de repente, antes do pecado da beleza, expurgada das bancadas para uma espécie de “buraco negro” das teleobjetivas, há certamente outros assuntos que beneficiariam muito do zelo crítico e censório da FIFA. A tendência para uma certa prodigalidade nos gastos, os representantes corrompidos por causa das escolhas para a realização de campeonatos, os processos judiciais e detenções por fraude, extorsão e lavagem de dinheiro, o pagamento de 71 milhões de euros durante cinco anos a Joseph Blatter, Jerôme Valcke e Markus Kattner, até as campanhas descaradas de Michel Platini – inabilitado depois de receber de Blatter dois milhões de francos suíços – contra Cristiano Ronaldo, escolhido várias vezes com toda a justiça melhor jogador do Mundo, a contragosto do francês. Grande Cristiano…

Já agora, conviria que a FIFA se recordasse que durante muito tempo a atenção prestada às mulheres ajudou precisamente a mostrar que o futebol não é um desporto de homens apenas. Num estádio de futebol cabem todos. E na verdade, nas alegrias do fenómeno desportivo, todas as pessoas são bonitas. Deixem-nas lá em paz.

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