O 10 de Junho é uma data com um simbolismo muito grande para os portugueses. Este é o dia em que se homenageia a Nação, se evocam valores da pátria e da cultura e se associa, com toda a justiça, as Comunidades Portuguesas.

É no seio das nossas comunidades que o dia de Portugal é celebrado de forma mais efusiva e mais sentida, através da realização de um conjunto alargado de eventos em que a nossa cultura, a nossa língua e os nossos símbolos são lembrados e promovidos por esse mundo fora.

Como sempre afirmei, estes portugueses sentem Portugal de uma forma especial e, como tal, é normal que queiram estar mais envolvidos nas decisões que dizem respeito ao nosso país. Para tal, é importante e desejável que sejam criadas as condições para uma participação cívica e política mais efetiva de todos esses nossos compatriotas. No entanto, num momento em que se discutem as questões do recenseamento e da alteração das leis eleitorais em Portugal algumas forças políticas levantaram de novo um conjunto de problemas relacionados com a prova da manutenção de laços de afetividade destes portugueses com o seu país de origem. Ora, parece-me evidente que a forma como o 10 de junho é celebrado nas comunidades portuguesas não tem paralelo em Portugal e é a prova inequívoca da ligação das gentes da emigração ao nosso país.

Mas se o 10 de junho é um momento importante para a afirmação das nossas comunidades não posso esquecer, na passagem deste dia, de deixar uma palavra especial de solidariedade para com todos os portugueses que passam por momentos mais complicados na Venezuela em resultado da instabilidade que se instalou neste país que alberga uma importante comunidade portuguesa. Portugal não pode deixar de apoiar os seus nacionais independentemente de onde residam.

Termino, dizendo, como disse em outras ocasiões, que para mim  o 10 de Junho é mais do que apenas o dia de Portugal é, acima de tudo, o dia de Portugal no Mundo, um Portugal que não se esgota nas suas fronteiras mas que se encontra repartido pelo Mundo.