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França: Portugueses preocupados com sequestro em Trèbes

A cidade de Trèbes, no sul de França, tem cerca de 5.000 habitantes, entre os quais portugueses que se mostraram preocupados e “com muito medo” face ao sequestro desta manhã num supermercado.

Pelo menos duas pessoas morreram na tomada de reféns no supermercado por um homem que disse agir em nome do grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico e que foi abatido pela polícia, de acordo com o sindicato da polícia francesa.

Helena Magalhães, de 44 anos, vive “a seis minutos a pé” do supermercado e ainda está à espera que os professores da escola primária, “a 20 metros do supermercado” lhe telefonem para ir buscar os dois filhos de 6 e 9 anos, depois de o estabelecimento ter decidido manter as crianças no interior por questões de segurança.

A portuguesa também está à espera do telefonema dos responsáveis do colégio onde andam os outros dois filhos de 11 e 14 anos, em Carcassonne, que também decidiu fechar as portas e manter os alunos no interior.

“Ao meio dia, fui buscar os moços à escola e não mos deram porque não os deixam sair. Primeiro, fiquei um pouco a chorar, mas agora estou convencida que está tudo bem, que tem que ser assim, que é para o nosso bem que guardem as crianças porque a escola primária é mesmo perto do Super U, é para aí 20 metros”, afirmou.

Helena Magalhães esteve esta manhã no supermercado que seria alvo de uma tomada de reféns cerca de duas horas depois e ainda se sente um pouco “desnorteada” porque esteve lá antes do ocorrido: “Podia ter-me acontecido a mim”.

“Ainda estou preocupada porque de manhã ainda estive lá no Super U. É o meu Super U, vou sempre lá a pé buscar o pão. Hoje de manhã estive lá porque o meu filho trabalha de noite e esperou por mim para não vir a pé e como o Super U abre às 08:30 estivemos lá os dois. Quando soube disso, claro uma pessoa fica cansada. Mete medo, mete medo”, testemunhou.

Lúcia Carvalheira, de 42 anos, teve de fechar o seu mercado esta manhã, depois de ter visto o aparato policial a passar “em frente da loja” e de a polícia ter recomendado aos comerciantes para fecharem.

“Estavam a fechar Trèbes e estavam a dizer que o mais seguro era fecharmos e refugiarmo-nos em casa. Os polícias estavam a dizer para toda a gente ir para casa e está tudo fechado em Trèbes. A gente pensa que só é nas grandes cidades que acontece e vê-se que não temos seguros em lado nenhum. A gente está em pânico. É complicado porque a gente conhecia as pessoas todas naquele supermercado e saber que foi mesmo aqui ao nosso lado é muito complicado”, contou.

De acordo com fonte do gabinete do secretário de Estado das Comunidades, José Luís Carneiro, o governante, que está nos arredores de Paris para inaugurar um centro comercial de produtos portugueses, está a acompanhar a situação através dos serviços consulares portugueses.

Segundo a mesma fonte, em Carcassone e Trèbes, estão registados 400 portugueses.

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