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Suíça

Mariana Correia: o adeus aos palcos da voz do fado na Suíça

Mariana Correia nasceu em Lisboa, tendo emigrado para a Suíça em meados dos anos oitenta. Em Genebra recomeçou uma nova vida e cedo se sentiu entusiasmada ao cantar o fado, tendo começado então a atuar em restaurantes e associações de portugueses.

Mariana Correia costuma dizer que “o fado é uma paixão”, e o destino veio a unir essa sua paixão a uma outra. Mário Correia, músico e seu marido, trabalha com Mariana tendo feito inúmeros espetáculos juntos. Mais tarde, juntaram-se outros músicos e formaram o grupo Fado Fatum.

O fado foi classificado Património Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco, em 2011, mas ainda antes deste reconhecimento internacional já o grupo Fado Fatum, colecionava êxitos por terras helvéticas. Durante cerca de trinta anos, fizeram centenas de atuações por toda a Suíça e em cidades fronteiriças da Alemanha e França com maiores comunidades portuguesas.

Cruzamos os Fado Fatum em Vulbens, França, num concerto no final de janeiro. O grupo de portugueses atuou no MJC du Vuache, uma associação cultural que existe desde 1940 e que não tem portugueses na sua direção mas que decidiu fazer um evento de inspiração lusa, explicou Serge Benito, o dirigente da agremiação.

No final do espetáculo mais de duzentas pessoas aplaudiram de pé Mariana Correia e o grupo Fado Fadum. A fadista, que também colabora numa rádio em Genebra, explicou que o faz para “divulgar o fado, os seus autores, compositores, os que o cantam. Divulgar e promover. O convite surgiu da parte da responsável da emissão Cristina Rodrigues, há 6 anos que existe e é à terça-feira no Portugalidades, através das ondas da Rádio Cité Genève no 92.02. Também pode ser ouvido pela internet em www.radiocite.ch

Mariana Correia também colabora com Núcleo de Etnomusicologia de Genebra fornecendo informações a alunos das escolas suíças que se interessam pelo fado, “alguns têm feito as suas teses de fim dos seus diferentes cursos e estudos”, explicou.

No fim da atuação Mariana Correia anunciou ao público que este será o seu último espetáculo nas comunidades. “Chegou a hora de virar a esta página da vida em terras helvéticas e viver o dia a dia sem depender do nosso trabalho, de modo que vamos para o país das nossas origens, ver crescer os netos, estar com a família mais tempo que aquele que só as idas de férias nos permitia, e provavelmente, continuar a cantar fados, de vez em quando”.

(Reportagem de Augusto Lopes, fotografias de Lou Carriço)

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