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Congressista luso-americano processa Twiter

O congressista luso-americano Devin Nunes, que representa o 22.º distrito da Califórnia pelo partido Republicano, processou o Twitter por 250 milhões de dólares, alegando que a rede social foi negligente ao permitir a circulação de conteúdos difamatórios.

O processo, entregue no tribunal estadual do condado de Henrico, na Virgínia, também acusa alguns utilizadores do Twitter de difamação, incluindo Liz Mair, uma consultora de comunicação republicana que criticou o político luso-americano na rede social, e os anónimos responsáveis pelas contas “Devin Nunes’ Cow” e “Devin Nunes’ Mom”.

O luso-descendente, que representa um distrito do vale central da Califórnia com grande pendor Republicano, confirmou o processo na Fox News em entrevista com Sean Hannity e disse que este é “o primeiro de muitos”.

“Vamos atrás do Twitter primeiro porque é o principal meio de proliferação e espalha estas notícias falsas e caluniosas”, disse Nunes ao apresentador conservador.

O congressista alega que foi vítima de um “esforço concertado” de “várias contas de ‘fake news’” que têm de ser responsabilizadas e disse a Hannity que o Twitter regula o que as pessoas veem e deixa proliferar os “conteúdos com que concorda”.

Nunes argumentou também que os ataques de que foi alvo tinham como objetivo desviá-lo do seu trabalho como líder do Comité de Informações do Congresso e da investigação a Hillary Clinton e ao dossiê de Christian Steele, e posteriormente afetar negativamente a sua campanha de reeleição.

A curta margem de vitória no 22.º distrito em novembro de 2018, com 52,7% dos votos, foi citada no processo como efeito da campanha negativa, já que Devin Nunes ganhara os mandatos anteriores com percentagens muito mais elevadas.

Entre os exemplos de mensagens caluniosas, o processo cita um ‘tweet’ publicado por Liz Mair no qual a consultora republicana disse que Nunes estava envolvido com uma adega “implicada num escândalo envolvendo os seus co-investidores, cocaína e prostitutas infantis”.

O processo, que tem cerca de 40 páginas, acusa a rede social de “negligência, difamação ‘per se’, palavras insultuosas e conspiração civil” por ter deixado estes conteúdos circular, alegando que o Twitter tem também um preconceito contra os conservadores.

“Como é que todos os dias há conservadores que são banidos”, questionou Nunes, usando o termo “shadow banning” para designar o que acredita ser um método do Twitter para censurar contas republicanas: embora o utilizador permaneça na rede social, o seu alcance diminui.

“As pessoas não conseguiam ver os meus ‘tweets’”, argumentou o político lusodescendente, acusando o Twitter de “promover constantemente” conteúdos de esquerda.

O Presidente Donald Trump fez eco deste argumento na sua conta de Twitter, na qual publicou uma notícia do “The Daily Beast” sobre o processo e escreveu que “Facebook, Google e Twitter”, além da comunicação social, “estão do lado dos Democratas de Esquerda Radical”.

O advogado pessoal do congressista luso-americano, Steven Biss, disse à Fox News que “o Twitter é uma máquina”, comparando-o a uma plataforma de propaganda política pró-Democrata, e que Nunes “pretende responsabilizar” totalmente a rede social “pelo seu comportamento abusivo e má conduta”.

No processo que entrou em Henrico, lê-se que “o Twitter permitiu (e permite) que a sua plataforma sirva como um portal de difamação para minar a confiança pública no queixoso e para beneficiar os seus oponentes e oponentes do Partido Republicano”.

Diz ainda que a rede “sabia” que a difamação estava a acontecer e não fez nada para parar os ataques, sendo que continua a “rentabilizar conteúdo que é claramente abusivo, de ódio e difamatório”.

Entretanto, a consultora Liz Mair anunciou no Twitter que criou um fundo de defesa legal para o qual está a pedir donativos.

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