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Competição internacional de dança Genée da Royal Academy pela primeira vez em Portugal

© Genée da Royal Academy

O concurso Genée International Ballet, organizado pela Royal Academy of Dance (RAD) desde 1931, uma das mais prestigiadas competições mundiais de dança, vai realizar-se pela primeira vez em Portugal, de 7 e 16 de setembro. Lisboa foi a cidade escolhida para receber a 86.ª edição, que todos os anos tem lugar num país diferente e que é aberta a jovens bailarinos de todo o mundo que tenham treinado de acordo com o modelo da RAD.

“Estamos ansiosos por levar a competição a Portugal pela primeira vez e pela oportunidade de descobrir a diversidade de talentos, bem como uma nova audiência para o Genée. Lisboa é uma cidade culturalmente muito vibrante, e temos certeza de que os candidatos terão uma experiência memorável”, disse à agência Lusa o presidente executivo da RAD, Luke Rittner.

Fundada em 1920, esta é uma das mais antigas e influentes organizações de formação de dança do mundo, possuindo, desde 1980, uma representação em Portugal, onde dezenas de escolas seguem o seu método. A competição começou em 1931 e tem uma frequência anual, tendo em 2002 passado a circular por outras cidades, além de Londres, tendo passado por, entre outras, Sydney, Antuérpia, Hong Kong e Cidade do Cabo.

“A Royal Academy of Dance é uma organização verdadeiramente internacional, com mais de 14.000 membros em todo o mundo. A competição reflete isso, muitas vezes atraindo até 14 nacionalidades diferentes entre os candidatos. Ao levar o Genée a diferentes locais, podemos garantir que ele permanece internacional e que estamos a alargar o acesso a essa experiência única a jovens dançarinos”, vincou.

O período de inscrições no Genée, no endereço www.rad.org.uk/genee2017, decorre entre 01 e 31 de julho. Os candidatos selecionados irão depois participar nas sessões de treino, de 08 a 12 de setembro, nos estúdios da Companhia Nacional de Bailado, com profissionais, e com os elementos do júri, que incluem a antiga diretora do Royal Ballet Monica Mason e o diretor do Scotosih Ballet Christopher Hampson.

Vão também trabalhar com o dançarino, professor e coreógrafo César Augusto Moniz, numa peça original, que será apresentada na final.  As meias-finais, no Teatro Tivoli, nos dias 13 e 14 de setembro, e a final no Teatro Camões, a 16 de setembro, são públicas, com o acesso feito através da compra de bilhetes.  Podem concorrer jovens entre os 15 e 19 anos que tenham passado nos exames e que tenham estudado segundo o método da RAD.

Luke Rittner espera que esta seja uma oportunidade de promover o ‘ballet’ como “uma forma de arte interessante que pode ser apreciada por todos”.

Juntamente com Valentino Zucchetti, vencedor da medalha de ouro Genée em Hong Kong em 2006, a portuguesa Brígida Pereira Neves é embaixadora do evento, no qual participou em 2003, em Birmingham.  “Quando participei, havia pessoas de todos os lados: Nova Zelândia, Japão, Estados Unidos, Reino Unido, Canadá. Conheci muitas pessoas da minha idade, cada qual com o seu próprio projeto e momento na sua carreira, mas todos alunos profissionais a querer entrar no mundo da dança. Foi para mim uma boa oportunidade para me comparar e ver o que havia”, contou à Lusa.

O facto de, além de bailado clássico, trabalhar e aprender um solo original de estilo mais contemporâneo com um coreógrafo local, coloca todos os concorrentes ao mesmo nível, e a oportunidade de treinar com profissionais deixaram boas memórias na bailarina.

“Abriu-me os olhos e deu-me mais determinação para o que eu queria. Ajudou a consolidar e foi oportunidade de fazer amigos com quem mantenho contacto”, disse à agência Lusa Brígida Pereira Neves, que já saiu de Portugal há 16 anos e faz atualmente parte da companhia do Tiroler Landestheater, na Áustria.

Antes, teve experiências no Reino Unido, onde também estudou, na Lituânia e na China, mas os primeiros passos foram numa escola de dança na Parede, perto de Lisboa.  “Portugal pratica bastante o método da Royal Academy. Quase todas as pequenas escolas amadoras de Portugal têm professores qualificados [pela RAD] e praticam os exames e seguem o estilo. Lisboa é uma escolha adequada, porque Portugal é um país forte e presente no seu universo”, justificou.

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