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A Igreja também participou na Web Summit

O secretário do Conselho Pontifício da Cultura participou na Web Summit, em Lisboa, e disse que é essencial uma reflexão séria acerca da internet para que ajude a “construir um sentido de unidade” e de pertença à “família humana”.

“A internet pode ser algo que ajuda a construir um sentido de unidade e de uma humanidade comum”, afirmou D. Paul Tighe em entrevista à Renascença, lembrando que a realidade tem sido muitas vezes bem diferente, como por exemplo no uso que é dado às redes sociais no âmbito política e da opinião pública.

O bispo irlandês referiu que é necessário considerar a forma “como as redes sociais possibilitam uma comunicação mais eficaz ou como levam a uma polarização da comunicação” e se a utilização destes recursos está de facto a “ajudar a construir uma ponte de comunicação ou apenas a reforçar a divisão”.

O papel atual da internet e das redes sociais esteve no centro de um painel de debate da Web Summit, que contou com a participação do secretário do Conselho Pontifício da Cultura, e que teve como tema ‘Antissocial media: Será que partilhar é mesmo cuidar?’.

Sobre a sua comunicação, D. Paul Tighe salientou que “algumas pessoas disseram que é preciso mudar as regras, que o modo como as empresas de comunicação usam a informação, e a transmitem, tem de ser analisado”, o que “é importante”.

O bispo adiantou que a mensagem que quis deixar foi sobretudo aquela que a Igreja Católica tem procurado transmitir, para que o poder das redes sociais, da internet seja utilizado de forma mais “responsável”.

“A cultura da internet é algo que é gerado pelos utilizadores, e se nós a usarmos bem, se interagirmos de forma positiva, podemos mudar essa cultura, foi isso que quis reforçar”, sustentou aquele responsável, acrescentando que aqui não está em causa rotular a internet ou o espaço digital como algo negativo.

“Nós temos de ter cuidado em não culpar a internet ou as culturas digitais, temos de ver o potencial que elas representam e encorajar as pessoas de boa vontade a estarem presentes da forma mais positiva que conseguirem, para que se consiga mudar o contexto”, acrescentou D. Paul Tighe.

Sobre a presença da Igreja Católica neste espaço digital, o representante da Santa Sé na Web Summit em Lisboa frisou que ela “tem de estar presente nesta comunicação, não primeiramente para evangelizar, mas para tomar parte num diálogo”.

O secretário do Conselho Pontifício da Cultura recordou a posição do Papa Francisco relativamente a esta matéria, que privilegia sobretudo quatro verbos: “ouvir, dialogar, encorajar e partilhar”.

“O alento mais profundo que podemos dar, sem bombardearmos ou manipularmos ninguém, é partilhar a fonte da nossa própria esperança, da nossa alegria, que vem do dom da fé”, salientou D. Paul Tighe, que defende que as ferramentas digitais, no que toca à evangelização, devem ser sobretudo um meio para “deixar sementes, não mais do que isso”.

D. Paul Tighe, enquanto secretário do anterior Conselho Pontifício das Comunicações Sociais, contribuiu para a entrada do Papa (neste caso Bento XVI) na rede social ‘twitter’

Sobre este projeto, o bispo irlandês realça que “tem sido um sucesso em duas vertentes”: por um lado, a conta ao ser acompanhada por milhões de fiéis permite que “as palavras do Papa, quando são retwitadas, cheguem a pessoas que, de outra forma não as ouviriam”.

“Dentro da Igreja, esta é uma forma de dizer que se o Papa está envolvido nas redes sociais, talvez nós devêssemos estar mais envolvidos também, o que acaba por ser uma forma de testemunho, também”, acrescentou o bispo irlandês sobre a presença da Santa Sé nas redes sociais.

“O Papa sempre foi claro neste campo, ele não pretende ser um perito, o que ele faz notar é que se trata de um areópago essencial, onde a Igreja tem de estar presente da forma mais apropriada e também de forma crítica”, completou D. Paul Tighe.

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